Arte Residual

          Meu  trabalho começou há alguns anos, por volta de 2004, com camisetas, onde eu utilizava o silk ou o transfer de mandalas que eu desenhava, ou seja, algumas imagens eram separadas para reprodução. Teve um período que rebordava as mandalas com missangas e isso dava a unidade à peça.  Da impressão parti para o bordado, adorava confeccionar e desenhar cada mandala. Precisava trabalhar com malhas mais encorpadas porque utilizava pontos mais cheios que pesavam, e a nova coleção veio em malhas de algodão com um pouquinho de elastano ou cotton. As mandalas eram únicas, porque eram criadas e bordadas à  mão.
           As malhas eram mais grossas e a demanda me pedia algo mais leve e de algodão, mais apropriada para o nosso clima. Voltei as camisetas de algodão agora no modelo babylook, os bordados já ganharam cara nova com mais leveza e malharia aplicadas, já iniciando o processo de reaproveitamento de resíduos de malha.
          Por volta de 2008, chegaram às minhas mãos alguns retalhos de tecidos de tapeçaria, pequenos quadradinhos, que deixei por ali, até o dia que tive que decidir o que fazer com eles, então, daqui,  minha visão mudou totalmente quanto ao reaproveitamento de material, e assim nasceu a ARTE RESIDUALl, que parte do reaproveitamento de mostruários de tapeçaria, algo que está totalmente inutilizado e se transforma em bolsas, que  hoje mais elaboradas, surgem também as carteiras, as bolsinhas, carteirinhas, enfim o que a imaginação mandar....  
           Esse trabalho,  para mim, é muito profundo, são diálogos constantes e a demanda interna vai pedindo mudanças e quando penso que já está esgotando as possibilidades,  algo novo surge. O desejo  quanto ao vestuário era de algo mais desestruturado, uma roupa  que pudesse ser feita  toda a mão com formas diferentes que também pudessem ser criadas e tivessem essa possibilidade do reaproveitamento.
           Em 2010, depois de uma pesquisa  sobre o tecido a ser usado, chego na viscolycra, uma malha leve de bom caimento . Aqui tudo muda e a ARTE RESIDUAL engloba todo o meu trabalho, que se direciona para o foco da sustentabilidade, com 100% de reaproveitamento de material. O vestuário  chega todo renovado, parte do  reaproveitamento de malha e são totalmente feito  à mão desde a estrutura até o bordado. E desde 2012, com as sobras da malha  das roupas surgiram os acessórios que agregaram outros materiais na sua construção.
           E assim a ARTE RESIDUAL acontece... Vai ganhando formas diversas, os bordados dançam e as propostas se renovam a cada momento. Eu sempre digo que criatividade é algo inerente do ser, se estimulamos,  ganha proporção. São peças carregadas de energia, todas feitas à mão, sem qualquer procedimento à máquina, todos os detalhes são construíidos dentro das possibilidades, o acabamento é imprescindível, portanto  muito bem feito e o resultado são peças únicas e exclusivas, feitas com um ingrediente fundamental a essa vivacidade que carrega: a paixão.
         A  ARTE RESIDUALé para  pessoas que gostam do diferente, que fazem a diferença, são peças que dão o toque especial ao seu vestuário.

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